Apoiei a cabeça no travesseiro vazio e, fiquei, durante muito tempo, pensando. Meu coração batia com força, a alma se encontrava torturada. O sufoco me prendia a respiração. Não enxergava nada, além do que não via. Era preciso mais força, mais força, mais força... só que eu estava cansada. Cansada desse eterno vir a ser que nunca era, nunca se tornava, de tentativas vãs. E o sonho, ah, esse era tão belo! Era bonito, mas não era real. O real nem sempre tem tanta beleza, tantas pompas, tanto calor, eu sei bem. Foi por pouco, por muito pouco. E por isso, foi-se tudo, quase tudo! E então eu acordei assustada com os pingos de chuva que invadiam a janela e respingavam em meu corpo sobre a cama. Apesar de sentir aquelas gotas frias entrarem como facadas na pele, não me movi. Afinal, era algo diferente. Há meses minhas noites eram rotineiras e monótonas, deixar o corpo ser molhado pela chuva era uma aventura. Senti novamente um frio na barriga, só que dessa vez não era amor...
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