Olha só, uma das coisas que mais me orgulho é de ter cara de pau suficiente pra dizer que não tenho disciplina e não sou fã de compromissos comigo mesma. Não tenho vergonha na cara mesmo. Falo sobre dietas comendo chocolate, falo da importancia de se exercitar pensando naquele sofá gostoso me esperando pra tirar um cochilo nas poucas horinhas de folga. Essa sou eu. Sou muito chata, acho que não tem um significado óbvio comer folha, pensar na vida saudável do planeta e nos pandas amazônicos. Sou simplista, sou rasa, nunca li Dostoievski (tá bom que li Crime e Castigo, mas penso que o castigo foi ler a porra do livro). Sou uma pessoa que não se preocupa muito com as coisas. Não tenho cartão Paranaense IGA. Não tenho crediário na City Lar. Não quero dominar o mundo. Não sonho com um colar de brilhantes. Tem gente que nasceu pra coisa, pra inventar, criar, pensar... eu não encontrei essa vocação disponível quando fui comprar as minhas. Claro que nem tudo são mazelas, meu emprego tá bem (bem me deixando doida), meu relacionamento também, eu acho uma motivação aqui e ali, mais as outras tenho que ficar caçando na minha mente déficiantencionista defeituosa. Tenho que anotar várias vezes as metas para não esquecer que ganhar dinheiro é importante, assim como dizer que ama o grande amor da sua vida. Esqueço dos amigos, me pergunto por eles e me respondo que estão bem. Sinto falta da cachaça. De ter 17 anos de novo. De não pensar em ir ao ginecologista e achar chatas as terças e quintas porque tinha que ir no curso de inglês. Sinto falta de ter tempo pra ler e prestar atenção em um bom filme. Sinto falta de escrever e principalmente, sinto falta de ter pensamentos lineares. Não tenho orgulho de ser uma catástrofe, mas tenho coragem de reconhecê-la. Tenho coragem de me mostrar, mesmo não sendo lá grandes coisas. Tenho vergonha de não cumprir minhas promessas, mas tenho mais ainda de não entender os mecanismos da minha cabeça. Tenho medo de não ser um sucesso... pra logo depois me perguntar, um sucesso pra quem? Minha avó disse: "essa minha neta é um sucesso!" deveria ser o suficiente, mas nunca é. Algumas pessoas me acham louca, outras tem certeza. Eu continuo assim, dúbia, confusa, cheia de certezas e lotada de dúvidas. E desde que aprendi, sempre utilizo a célebre frase da Radical Chic: "Penso, logo... mudo de idéia".
sábado, 4 de setembro de 2010
Mais honesta ainda eu vou ficar!
Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão: “ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.
” E eu vou dizer: ”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
” Dirão: " - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi: ” - Não admito! Minha esperança é imortal!”
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão: “ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.
” E eu vou dizer: ”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
” Dirão: " - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi: ” - Não admito! Minha esperança é imortal!”
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.
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